segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

No quarto de fogo incendiado.


04.01.10 - (01:20h) na cozinha. Ski cove, MD - USA

(aleatoriamente recitando cordel no banquete da terra)

E a lona

O globo, os artistas... A vida é uma tragédia?

Que sorriso boboca o meu...

Estou começando a adorar ouvir esse telefone tocar. Levei um susto amiga, era você! Nem acreditei! Falamos pouco, mas bom... E as 1h da manhã, triste e desacreditada com essa internet, pendurada na janela da cozinha tentando um sinal de mundo... O telefone toca. Bom, gostosinho... Ainda com medo de estar aqui nessa casa, deitada no sofá gelado, mas indo dormir sorrindo... Gostosinho e imprevisível.

Ok, internet não quer ser minha amiga. Deixo o texto guardado....

“homens do ar não descem, mulheres do ar não descem, crianças do ar, velhos do ar...

É de relampeeei, é de replampeeei, é de relampear...”

Dia banhando de cordel do fogo encantado. Sonhando em um dia assistir eles em sua terra natal.

Tempestade de sorrisos.

Se eu pudesse parar os elementos?

Mas eu não posso. Não devo. Não quero. Tempestade.

To fumando o cigarro da saudade

E a fumaça escrevendo o nome dela.

O prazer de quem tem saudade... É querer. Não é saudade do que passou é querer a saudade no presente. Querer agora, beijo agora, abraço, corpo, presença, companheira a saudade de quem não tem companhia. Será que caso com ela? Madrugada fria.

Sono não chega, sem cama, no distante. Deserto de sonhos, acalenta dia noite, noite e dia.

Sou uma lebre.

O amor comeu meu nome, meu endereço, o amor veio e comeu todos os papeis onde eu escrevera meu nome. O número de meus sapatos, minha altura, meu peso... Minha paz e minha guerra, meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.

Quem vem lá? O que traz na cabeça? O que veio falar?

O velho soldado. Fogo.

Roda, esse planeta, vem aqui me dar a sua mão.

Tambores do tempo rasgam.

A tatuagem da fé. Cega.

Devastação da calma.

Um comentário:

A.B.C. disse...

a dor também pode ser bonita.
ela vem de uma maneira que em geral nao estamos acostumados. que tolo procura a dor?
mas ela vem.
E ela possibilita entrar em contato com o que ha de melhor e foi passear.

ela permite criaçao. de uma estética que a alegria talvez nao permitiria.
Pois essa queremos sorver até a ultima gota. dificilmente a deixamos escapar. a nao ser que ela esteja exigindo, transbordante de tao intensa.

entao transborde. sinta. crie.
Mas jamais se dessensibilize, nem deixe o cinismo tomar conta.
No caso de acontecer, deixe ser temporario como tudo.
Tudo se transforma.

na nossa espreita sempre estarao os buracos de culpa e arrependimento. que nao funcionam como motor de seguir adiante. embotam. paralisam. congelam.
Que se dissolvam e virem outra coisa também.

aproveite o belo. nada com forma é privado por completo dele. nosso olho que muitas vezes acaba sendo tendencioso de mais.

Gosto um tantao de ti, querida. pessoa bastante singular.

Mesmo que o tempo - e pensar nele - costume ser muito mais uma prisao do que um alento,
logo estará aqui, pra que tudo possa ser novo de novo, mas agora com novos óculos e repertório pra re-viver tudo mais uma vez. diferente.
Mas por enquanto, o Agora é ai.

beijo,
se cuida, com calma.

ps.: comentario grande.. hehehe.. foi mal, se quiser nao precisa nem publicar, só gostaria que tu lesse.

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