quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Encontro

Não somos eternos. Não sou eu para sempre. O bom é se deixar transformar sempre, mas para isso temos que estar perto de pessoas que nos façam bem. Você me faz bem. Quando achamos inutilmente jovens e imaturos que nos fechamos, aparecem enigmas e uma outra face nos olhando. Feliz em pensar na liberdade que envolve todos os encontros na vida. Livre em mudar, livre em pensar, livre para ser e para deixar ser. Ganhar o mundo com a ilusão de que seremos sempre assim jovens e felizes.
Brindo a nós. Corações jovens, cheios de esperança que conseguem ser. Tenho orgulho de conseguir sorrir, dançar, amar. E de alguma forma, talvez ainda um pouco fria, mas não menos sentimental e carinhosa, feliz por me permitir encontrar você. Feliz com as possibilidades do encontro.

Vagabunda, patética e indefesa

Quem falou que o melhor é ficar longe daquilo que mais amo?
Invejo a coragem dos fortes que lutam por seus amores. Lutam por suas loucuras.
Acabam loucos, mas amantes.

Soneto da Lua
Vinicius de Moraes

Por que tens, por que tens olhos escuros
E mãos languidas, loucas, e sem fim
Quem és, quem és tu, não eu, e estás em mim
Impuro, como o bem que está nos puros ?

Que paixão fez-te os lábios tão maduros
Num rosto como o teu criança assim
Quem te criou tão boa para o ruím
E tão fatal para os meus versos duros?

Fugaz, com que direito tens-me pressa
A alma, que por ti soluça nua
E não és Tatiana e nem Teresa:

E és tão pouco
a mulher que anda na rua
Vagabunda, patética e indefesa

30 de outubro de 2006 - Renovação

Renovação. Bebedeiras. Álcool. Limpa a pele. Surge o coração. Aumenta as emoções. Deixa livre. Aprisiona no mundo das ilusões. Ilusões mudam. Você vive e continua a viver. Pensar em um totem. Na proteção. No desenho. Em uma tatuagem que nunca farei. Mas como se ela já estivesse em mim. Mas ela passa crio outras tatuagens. Vejo outras percepções. Mudo as minhas ilusões.Quero me proteger na vida. Da minha vida. Das minhas vontades. Sim, as vezes tenho medo de mim. Tenho medo, mas não paro. Faço livre que nem uma menina. As conseqüências você nunca saberá. Então faço meu querido, meu caro amigo, seu moço. De você só quero amor e muito mais sim. Quando eu estiver na merda que você esteja também. Vamos sentir juntos o cheiro do ralo, os sonhos do profeta e as alquimias do mágico de oz.Respeito. As pessoas respeitam? Tem peito. Isso sei. O que mais sei? Vamos deixar as idéias acontecerem. Vi essa foto. O que ela me lembra? Eu. Eu e minhas fantasias. Eu e minhas loucuras. Eu e a minha vontade louca de crescer de maneira torta, bonita e preguiçosa. Como é bom ter preguiça com a vida. Deixa o imprevisível sentir sono também. Vamos todos fechar os olhos e descansar.Quero parar de escrever. Não é muito bom deixar o inconsciente falar sempre.

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andava com saudades de mim.
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"O manuscrito original não contém algarismos ou maiúsculas. A pontuação foi limitada à vírgula e ao ponto. Esses dois signos, o espaço e as vinte e duas letras do alfabeto são os vinte e cinco símbolos suficientes que enumera o desconhecido.A Biblioteca é ilimitada e periódica."

J.L. Borges.

E você

Responda-me... você fuma?
Pq fuma?
Pq não fuma?
Nicotina faz parte da sua vida?
E a saudade faz?

O gosto

O que é o gosto da infância?

Insônia

Cigarro inspira?
Não sei. Na insônia fumei mais um. E piorou.
Quando tiver insônia, não fume. Piora.

Piora quase tudo. E não passei a ser a nova musa da literatura. Mas melhora alguma coisa. pq ao invés do nada vc ta fazendo alguma coisa; fumando.
E agora? Cigarro acabou. Vou tentar dormi com a nicotina doce, leve e saltitante em mim.

Primeira nicotina

Fumo um cigarro.
É uma hora da manhã. Ultimamente eu vejo o dia nascer assim, escuro. Quarto todo fechado. A fumaça reina. O cheiro que uns odeiam do cigarro faz parte da minha mobília. Calor. Muito calor. Logo ligarei o ar. Escrevo. Para que? Se acaso isso importasse nada teria sido escrito.
Mais um trago.
Acaso Shakespeare fosse paralisado sobre escrever ou não escrever não teria escrito. Suas dúvidas e inseguranças foram para o papel. Imagina se Clarice Lispector tivesse tomado um chá e fumado um cigarro com ele? Os dois se matariam? Tipos raros de humanos. Ou tipo de humanos que se tornaram raros por expor. Hoje, em que tudo se expõe, não consigo me revelar. Quero? Sou negativo. Positivo. Cores. Ou preto e branco. Vamos deixar fluir a nicotina que entra em mim. O vicio que construo do cigarro. Estava há dois dias sem fumar. E me questionando fumo ou não fumo?
Mais um trago.
O que mais gosto é soltar a fumaça. Parece que jogo no universo alguma coisa q veio de dentro de mim e consigo ver. Raro conseguir ver. A fumaça eu vejo. Imagino, se transforma, logo desaparece. Noites tem que ser produtivas. O dia começa com a noite. E se transforma com sol. Hoje o dia começa com uma Lua cheia. Todo dia diz adeus: vou para outro lugar, volto já. Não sou capaz de entender o ciclo da vida, faço parte dele. Do que faço parte não entendo. O tudo é muito e não entendo. Não quero entender. Celebro Clarice q dizia e fica na memória, “as vezes quero entender” e isso é enlouquecedor. Ler é uma glória. A tradição escrita imortalizou muita gente. Muita coisa. Eu não me tornarei imortal pela minha escrita. Tornarei-me imortal?
Mais um trago e apago o cigarro.
Passei mais tempo olhando ele que fumando. Ele acabou. Logo vem outro. Amanhã quem sabe. Não sei. Não tenho mais nenhum. Vou ter q comprar. Apoiei o cigarro no plástico. Grande inteligência. Queimou. Derreteu. Grudou. Ficou o cheiro do queimado.

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