Como achamos traças até mesmo dentro do computador.
Não, não vou me matar Isa. Só fases. Que seja de renovação; Gosto de revirar antigos escritos.
E fazer uma auto terapia. Por mais que doa e eu, óbvio, me sinto patética.
04.05.05
Princesinha
Não sou normal. Não digo isso porque é bonitinho dizer. Mas sim porque
o normal me incomoda, me rejeita, me agride. Queria ser normal. Ter capacidades normais, mas não tenho. Saber conviver, ser iluminista no pensamento da razão, prosseguir racionalmente agradecendo o que te tenho e pedindo força para conquistar o que resta. Mas não é isso que faço. Não é assim que sou. Rejeito o que tenho. Tenho muito. Tenho muito amor, vida confortável, roupas, comida, amigos. Hoje fujo de tudo isso... Um a um... Com o amor não quero compromisso. Ele me segue me grita, me clama, me atordoa de todos os lados, de todas as fontes, de todas as maneiras, mas corta, arranha, machuca. Não quero amar. E também não posso me deixar ser amada. Tenho que me acostumar a perder.
Minha confortável vida inclui colégios caros, comida farta, roupa, um futuro. Futuro esse que não almejo. Que não desejo lutar para chegar a ele. Fui acostumada a lidar com perdas, ser forte para perde. Ninguém me ensinou a lutar para vencer. Hoje não sei e acabo também não querendo conseguir coisas.
A comida farta, tornou-se um nojo, como o necessário a tentar ficar em pé. Um suicídio dos fracos. Sem comida seu corpo morre lentamente, sem perceber... Quando vê se encontra no momento sublime da vida, onde você está de face com a morte. Quero vê-la sorrir para mim. Sonho com ela. Mas um indício de fraqueza.
Porque ter e reclamar? Falta do que fazer. Uma princesinha num castelo reclama que a maquiagem borrou. Não me sinto no direito de reclamar, mas reclamo. Tantos querem. Eu tenho. Eu não quero ter.
Porque querer ser assim? O que me levou a ser assim? Existir? Assumir a fraqueza? Se revoltar contra o nada? Brigar sem razão? Sim... Ser uma princesinha no castelo reclamando do borrão que ganhou sua maquiagem...
Agora estou só. Completamente só. Encontro apenas lágrimas e pensamentos desbotados pelo o chão. Desbotados, rasgados, aniquilados.
As pessoas me irritam. Não suporto mais conviver com humanos. Principalmente os familiares. Eles não sabem nem quem são, porque acham que poderiam me entender? Me ajudar? Ajudar por quê? Estou enlouquecendo? Uma coisa é certa... Estou colando tudo a perder.
Amigos, não sei. Penso que apenas me distraem falando de coisas que não quero ouvir. Parei de ouvi-los. Não os vejo, não os procuro. Fujo de todos. Todos, vejo que ninguém realmente faz falta para ninguém. Quem anda sentindo minha falta nesse momento? Ninguém. O mundo não paro porque eu resolvi parar. O tempo infinito passa... Eu passo por ele de cabeça baixa... Não encaro. Sou fraca.
Apenas uma nobre, uma princesinha, que sempre achou que teve tudo, mas quando se deparou com ela mesma percebeu que se precisa mais que uma maquiagem para se sentir bem.
Um dia a maquiagem borra princesinha...
Dez, 2004
Fora do verdadeiro Eu
Por isso estou tão feliz, de redescobrir o que ficou tampando em mim durante muito tempo. Uma menina com amigos, feliz e com força para encarar e fazer o que tiver que ser feito e o que for de minha vontade!
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A mesma pessoa conseguiu escrever os dois textos acima. Os dois verdadeiros, intensos, capaz de fazer o Eu ser mais Eu e ao mesmo cada vez menos um eu de verdade...
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